Cavaleiro para Cristo
Pe. Haroldo J. Rahm, SJ

Julho com Inácio de Loyola
Terceiro dia
Como tantos de nós, Inácio foi um convertido para Deus. Todos tivemos momentos de conversão, mais ou menos enérgica, mais ou menos sincera. Mas a conversão não é obra de um momento. Tem as suas consequências e o seu seguimento, que duram até o fim da vida.
Inácio não foi soldado de profissão, embora trouxesse a espada à cintura e não raro a desembainhasse. Pouca noção tinha de estratégia e de tática militar, nem mesmo de disciplina, ele para quem a disciplina se tornaria elemento importante no progresso moral e espiritual.
Estava melhor na corte, vestido com elegância, do que no campo de batalha envergando uma armadura.
Foi certamente um homem de fé, mas fé que por muito tempo não se manifestou em virtudes. Era dado às vaidades do mundo, ambição de glória e honrarias, e seu teor de vida nada tinha de edificante. Os feitos de armas eram de seu especial interesse, e sabe Deus a que ponto isso o terá levado. Não faltaram acusações, mas mal esclarecidas. Agradava-lhe a vida da corte. Sonhava mesmo conquistar o coração de uma grade dama.
Ele diz de si mesmo:
Até o vigésimo sexto de idade, fui um homem dado às vaidades do mundo, e principalmente me deleitava no manejo das armas, com uma grande e vã preocupação de ganhar fama.
Autobiografia, 1
Verdadeiramente “grandes e maravilhosas” são as obras do Senhor (Ap 15,3), ele é admirável nos seus santos. De nosso frágil barro humano ele faz taças de ouro fino para a sua glória.
Soaria a hora da graça, diríamos de uma graça esmagadora, para Inácio, como soou para tantos de nós. Também nós tivemos a nossa “feliz culpa”, que nos estabeleceu na humildade e desconfiança de nós mesmos, condição primeira e essencial para que possamos desistir de nossas loucas presunções, lançando-nos perdidamente nos braços da Misericórdia e do Amor.
Inácio foi homem como nós, e homens como nós foram todos os santos de Deus. A diferença está apenas na vontade. O passado imperfeito estabeleceu-o no único alicerce possível em qualquer construção divina: a humildade. Deu-lhe também o conhecimento da natureza humana, que podia fazer dele um condutor de homens.
Senhor Jesus, Rei Eterno,
venho a ti com meus pecados e defeitos. Que sejam lenha para a fogueira do amor, alicerce para minha humildade e entrega.
Só tu, Senhor, podes me tornar honesto, puro e justo. Ajuda-me, eu te peço, para a maior glória de nosso Pai.
RAHM, Haroldo J. Inácio de Loyola: um leigo de oração. São Paulo: Loyola, 1989. 68 p. p. 11-12.
JULHO COM INÁCIO DE LOYOLA
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Sou exercitante dos Exercícios de Santo Inácio […]. Estou feliz por ter sido alcançada com esta Graça de participar deste retiro neste tempo. Os Exercícios Espirituais me ajudam a encontrar- me para melhor louvar nosso Deus, reverencia-lo e servi-lo na pessoa dos irmãos que sofrem. Que alegria. A palavra é GRATIDÃO.
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