A grande manifestação

Pe. Haroldo J. Rahm, SJ

Julho com Inácio de Loyola

Décimo quarto dia

A manifestação de Deus, Santíssima Trindade, ao espírito de Inácio será de tal magnitude e força que lhe deixará uma impressão indelével: sua devoção se inflamará sempre que se dirigir à Trindade Santa.

Estava Inácio nos degraus do mosteiro de São Domingos, quando recebeu essa graça insigne, experiência que lhe aumentou a vivência. espiritual como uma fonte inexaurível. Contemplou nesse mistério que ultrapassa tido o entendimento humano algo de sublime e de maravilhoso que se dá em toda a criação: nela tudo procede da Trindade, tudo ascende para ela; é um movimento perpétuo, uma incessante comunicação.

Nós dizemos essas coisas, mas não penetram em nossa alma, em nosso coração como algo de sentido e saboreado. Para Inácio, essa descoberta como que se apoderou dele. Seguiu a procissão que saiu do mosteiro sem poder conter as lágrimas, sem se dar conta de nada, a não ser a tremenda realidade da presença e ação da Trindade em toda a criação.

Talvez o órgão estivesse acompanhando os cânticos da procissão que se aprestava a sair. Inácio viu a Trindade com “três teclas de um órgão” formando um acorde perfeito. Aliás, que podemos dizer da graça de penetração no mistério divino pela alma de um santo? Só podemos adorar e bendizer o Senhor, como quem goza da vista de um banquete, sem o saborear, pelos vidros de uma janela.

Mas podemos e devemos contemplar na fé aquilo que sabemos ser o mistério, esse mistério grandioso da Trindade, Deus uno e trino, fundamento de toda a nossa religião. E viver essa fé na medida da graça que nos é dada, e no esforço de interiorização cada vez maior. Deus, três e um; o Pai, de cujo amor tudo procede; o Filho, a Palavra eterna que se fez homem como nós, por amor; o Espírito Amor, que realiza eternamente a união dos três, e realiza a nossa união com eles. Vivendo neles é que podemos sair de nós mesmos. Saindo de nós para viver neles é que alcançamos a perfeição humana, e a plenitude do nosso ser, em ordem à realização do nosso destino temporal a eterno.

Inácio gosta de se referir à “Majestade divina”. Majestade: o maior, o Deus sempre maior, na nossa inexpressiva e limitada linguagem humana. O termo maior terá para Inácio especial significado. A maior dedicação para a maior glória de Deus. Ele se integra no agir divino; doravante todo o seu ser e o seu agir estarão entregues à ação do seu único Senhor.

Trindade Santa,
a ti me ofereço e consagro para sempre, sem nada querer reservar para mim.
Que todos os meus pensamentos, palavras e ações sejam unicamente para a tua maior glória.


RAHM, Haroldo J. Inácio de Loyola: um leigo de oração. São Paulo: Loyola, 1989. 68 p. p. 33-34.

JULHO COM INÁCIO DE LOYOLA

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