Via Lucis
Vivam como filhos da luz
Ef 5, 8-9
pois o fruto da luz consiste em
toda bondade, justiça e verdade
Percorremos ao longo da quaresma e, de modo mais intenso, durante a Semana Santa, os passos da Paixão de Jesus, a sua Via Crucis, o Caminho da Cruz. Somos agora convidadas, convidados, a continuar com Ele, pela Via Lucis, no Caminho da Luz. Somos chamadas, chamados, a experimentar a alegria da ressurreição.
Queremos anunciar que «o Evangelho é luz, é novidade, é energia, é renascimento, é salvação». (São Paulo VI)
O exercício da Via Lucis é uma prática que vem se difundindo nos últimos anos. O Diretório sobre a piedade popular e liturgia, da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, publicado em 2001, indica que “através da prática de piedade da Via Lucis, os fiéis recordam o evento central da fé – a ressurreição de Cristo – e a condição de discípulos que pelo batismo, sacramento Pascal, passaram das trevas do pecado a luz da graça”. (n. 153)
A comunhão eclesial, nos faz percorrer esses dois caminhos juntos, como irmãs e irmãos, como Corpo Místico de Cristo. Queremos sentir com a Igreja, caminhando juntos pelas vias da cruz e da luz, pelos caminhos do serviço apostólico e da santidade. Queremos caminhar juntos, sem ceder à tentação da fragmentação e da dispersão (cf. São João Paulo II). Caminhar juntos no amor entre irmãs e irmãos, na diversidade e na unidade.
Per crucem ad lucem
“Pela cruz chegar à luz”, este ditado profundamente evangélico, como ensinou São João Paulo II, nos faz recordar que a cruz do cristão — vivida na sua verdadeira significação — é sempre uma cruz pascal (São João Paulo II).
Santo Inácio de Loyola, em seus Exercícios Espirituais, organizou as contemplações de Jesus Ressuscitado em treze aparições mais a ascensão [EE 299-312]; perfazendo quatorze momentos. Esta organização nos permite supor um paralelo dos mistérios contemplados na Quarta Semana dos Exercícios Espirituais com a Via Sacra, composta por quatorze estações. Uma peculiaridade dessas contemplações é que a primeira se refere à aparição para a Virgem Maria, que Inácio justifica sinteticamente que “embora não seja relatado na Escritura, se tem por dito, quando afirma que apareceu a tantos outros” [EE 299].
As estações da Via Lucis apresentam-se em quatro momentos: Palavra de Deus, Magistério, preces, canção. A Palavra de Deus nos situa e orienta no mistério contemplado; os textos do Magistério da Igreja nos guiam para a reflexão; as preces buscam trazer presentes situações e categoria de pessoas que necessitam de nossa atenção e solidariedade; por fim, a canção pode nos ajudar a ecoar em nossos corações as passagens meditadas.
Caminhar na Luz é um convite permanente para a vida dos que seguem Jesus Cristo.
O Caminho da Cruz é também uma constante na caminhada de quem segue Jesus, na adesão amorosa e radical a seu Evangelho.
Os caminhos da cruz e da luz são as vias de nossa salvação nas quais caminhamos ao lado de Cristo, com sua Igreja.
Queremos experimentar em nossas vidas e anunciar com nossas atitudes que «Cristo é o Vivente que caminha ao nosso lado, mostrando-nos o sentido dos acontecimentos, da dor e da morte, da alegria e da festa, entrando nas nossas casas e permanecendo nelas, alimentando-nos com o Pão que dá a vida.» (Bento XVI)
As estações



