Para melhor servir

Pe. Haroldo J. Rahm, SJ

Julho com Inácio de Loyola

Vigésimo quarto dia

O ideal de Inácio não esmorece. Tem para ele um lugar de preferência e por isso tudo lhe será sacrificado. E em primeiro lugar o amor próprio. Vimos que não hesitou em sentar-se com meninos na escola, para aprender o latim.

Mas renuncia a mais, ao que lhe é mais caro: as consolações na oração. Renuncia, não sem grande esforço, aos pensamentos espirituais que o assaltam durante as aulas, para estar atento ao professor. E aceita a desolação, a grande secura espiritual que o acompanhará durante a permanência em Paris. Saberá bem falar, nos seus Exercícios Espirituais, sobre consolação e desolação, e como proceder quando as vivemos. Porque para ele é de tão grande importância o discernimento na vida espiritual, deixou no seu livrinho as preciosas “regras para de algum modo sentir e conhecer as diversas moções que se produzem na alma: as boas, para acolher; as más, para repelir”. Inácio fala de experiência. Deus o exercita, para proveito de muitos.

Ele renuncia ainda ao seu desejo de pobreza total. Procurará dinheiro entre os ricos de Espanha, residentes no estrangeiro, para ter o alojamento que convém aos seus estudos. Mas não pode renunciar à sua ânsia de apostolado, de ganhar almas para a causa de seu Rei e Mestre. Faz então duas grandes conquistas: Pedro Fabro e Francisco Xavier, a quem dá os seus Exercícios em tempo de férias. Serão os seus primeiros companheiros.

No entanto, Inácio tem uma coisa em mira: instruir-se para melhor servir. Sabe que “para tudo há um tempo, para cada coisa, há um momento debaixo dos céus” (Ecl 3,1). E aplica-se ao estudo de alma e coração. Em março de 1533 torna-se “Mestre de Artes”, doravante “Mestre Inácio”.

O seu ideal, no entanto, não o deixa renunciar à caridade, visto que também faz parte dele. É informado de que um conterrâneo, que muito o prejudicou no início de sua estada em França, encontra-se gravemente doente, a cento e vinte quilômetros de Paris. Sente que é Cristo quem o chama na pessoa do enfermo e parte descalço, sem se alimentar, para socorrer um irmão aflito, ganhá-lo para Deus. Será sempre o homem dos grandes rasgos, ao mesmo tempo que da sábia discrição. Em primeiro lugar está o que mais serve à glória de Deus, seja ou não agradável à natureza.

Senhor Jesus,
quero estar sempre atento às inspirações do teu Espírito no dia-a-dia, no minuto-a-minuto. Se eu for fiel, sei que ne levarás aonde queres, e é isso que eu também quero.


RAHM, Haroldo J. Inácio de Loyola: um leigo de oração. São Paulo: Loyola, 1989. 68 p. p. 53-54.

JULHO COM INÁCIO DE LOYOLA

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