Tag: Belém do Pará

Ainda memória e esquecimento de uma pobre mulher

No começo, pensei que seria difícil, quase impossível, pintar-lhe o retrato a partir de informações soltas, mas desde de segunda-feira que não param de chegar elementos para me ajudar a completar o esboço e transformá-lo num retrato. No triste retrato de uma mulher que a bem dizer nasceu princesa. “Ela não lavava uma meia. Tinha tudo. Era mulher muito fina, prendada, de família”, definiu Fafá de Belém, que leu a crônica em São Paulo e me entregou uma série de peças importantes do quebra-cabeça, que também posso ver como cacos para um possível vitral.

— João Carlos Pereira

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Memórias e saudade de um santinho casamenteiro

Vicente Joaquim Zico contava apenas 53 anos, quando dormiu padre e acordou Bispo. Na verdade, Arcebispo. Essa progressão significa, em termos práticos, subir cinco degraus de uma vez só na hierarquia da Igreja. Ele chegou a Belém como Arcebispo-coadjutor, com pleno direito à sucessão no comando da Arquidiocese. Na prática, era um vice em preparação para a titularidade.

— João Carlos Pereira

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A santa nas mãos de um Papa que viraria santo

A breve aparição da santa teve uma repercussão inimaginável. A cidade inteira se sentia abençoada por João de Deus, quando acolheu em suas mãos o maior de todos os ícones da mais importante procissão católica do mundo. Foi a melhor homenagem que o Papa polonês poderia ter prestado aos paraenses. Se tivesse descido do avião e, da porta da aeronave, houvesse abençoado a cidade com a santinha, a comoção da visita não caberia no coração dos fieis.

— João Carlos Pereira

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No coração de todos, o Círio da esperança

Há muitas formas de fazer o Círio. A pandemia coloca a criatividade e a fé diante de um desafio. A menos que um milagre rasgue os céus do planeta e, do dia para a noite, aglomerações sejam toleradas e, mais do que isso, aceitas, o Círio no formato atualizado há 228 anos poderá manter a escrita. Se não mantiver, será Círio do mesmo jeito. Haverá cartaz, peregrinações em casas, guardadas as recomendações sanitárias. Será servido o tradicional almoço, mas de uma forma diferente. Ou igual, não sei. Ninguém sabe.

Diário de um desespero – ou quase - LXV

— João Carlos Pereira

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A menina seca atrás da porta, em Santo Alexandre

Falavam em casa, e eu, que sempre adorei ficar escutando conversa de adulto, justamente porque era proibido e toda informação era mal elaborada, ouvi, sem querer, a história da menina que secou, no exato momento em que tentou agredir a mãe, com uma vassoura, tamanha sexta-feira da Paixão. Como um castigo divino, um raio paralisante caiu-lhe sobre a cabeça e ela murchou. Mumificou-se todinha.

Diário de um desespero – ou quase - XLVI

— João Carlos Pereira

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