Cléria d’Almeida Córdova

Porque deves ser toda graça
Quando bebezinha nasces
E cresces filha amorosa,
Os cuidados recebidos
Multiplicarás
Em zelo aos teus pais.
Irmã , serás sempre presença, incentivo e apoio.

Porque deves ser para o teu amado,
Não mais um “eu”
E sim um “nós”,
Desta maneira farás a vida
Mais feliz, mais próspera.

Porque deves ser para teus filhos
Tudo o que Deus sonhou ver na Terra:
A mais desinteressada ação,
A permanente doação,
A orientação para o bem,
A felicidade que só no outro se completa.
Amor.

Porque deves ser para a humanidade,
A consciência da fraternidade,
A ternura no comportamento,
A posição firme contra a injustiça,
Buscando tua maior destinação:
Ser o Vertical da Cruz,
Unindo a Terra e o Céu.

Salvador, 8 de março de 1917.

Cléria d’Almeida Córdova, Poetisa, Mulher, Mãe e Vovó de Maria Eduarda, Helder e Inácio. Devota de Santa Dulce dos pobres, que tem o privilégio de apreciar o pôr do Sol na Bahia de todos os Santos.

Imagem: Di Cavalcanti (1897-1976) — Mulher, 1927. Enciclopédia Itaú  Cultural de Arte e Cultura Brasileiras

Poesia Mulher