Cléria d’Almeida Córdova

João 4,1-42

A audaz Samaritana,
O venturoso ser bíblico
No encontro a sós com o Redentor;
Surpreende-a o pedido Dele,
Que ela O saciasse,
Convida-a a servi-Lo.

Pacientemente,
Jesus mantém com ela
Longo, importante diálogo. Ensina-a sobre a Água Viva
Que jorra até a Vida Eterna.
Transmite-lhe o mais profundo ensinamento:

— Nem neste Monte, nem em Jerusalém;
Os adoradores que o Pai deseja, hão de adorá-Lo em Espírito e Verdade.

Também declara-lhe
O que ainda silenciava:
O Cristo enviado de Deus,
O Messias aguardado,
Ali estava diante dela…

Adverte-lhe sobre sua vida de enganos.
Torna-a naquele instante
Apóstola,
E ela, em júbilo,
Corre a anunciá-Lo ao seu povo;
E este povo , discriminado pelos judeus,
Com a ajuda dela,
Conhece o Judeu-Messias,
E reconhece Nele
O Salvador do Mundo.
Samaritana,
Anônima bíblica,
Bem-aventurada mulher,
Privilegiada pelo generoso
Filho do Homem.
Ela se afasta…
E o Messias lança Seus olhos sobre os campos infinitos…
Fala aos discípulos
da certeza da colheita
E a esperança traz-Lhe regozijo.

Salvador, 24 de julho de 1990.

Cléria d’Almeida Córdova, Poetisa, Mulher, Mãe e Vovó de Maria Eduarda, Helder e Inácio. Devota de Santa Dulce dos pobres, que tem o privilégio de apreciar o pôr do Sol na Bahia de todos os Santos.

Imagem: Julio Romero de Torres — Samaritana, 1920

Poesia Mulher Mulher samaritana