Cristo não tem lar!
Preparação orante para a festa de
Santo Alberto Hurtado
Quinto dia
Texto de Santo Alberto Hurtado
Estender a mão é um sinal: um sinal que apela imediatamente à proximidade, à solidariedade, ao amor. Nestes meses, em que o mundo inteiro foi dominado por um vírus que trouxe dor e morte, desconforto e perplexidade, pudemos ver tantas mãos estendidas!
Papa Francisco

Como relata Santo Alberto Hurtado, numa noite fria e chuvosa, aproxima-se dele “um pobre homem com uma amigdalite aguda, tiritando, em mangas de camisa, que não tinha onde se abrigar”. Sua miséria o comove. Poucos dias depois, em 16 de outubro de 1944, dando um retiro para as senhoras na Casa del Apostolado Popular, fala, sem tê-lo previsto, sobre a miséria que existe em Santiago e a necessidade de caridade:
Cristo vaga por nossas ruas na pessoa de tantos pobres, enfermos, desalojados de seu mísero cortiço. Cristo, encolhido debaixo das pontes, na pessoa de tantos meninos que não têm a quem chamar de ‘pai’, que carecem desde muitos anos do beijo da mãe em sua testa… Cristo não tem lar! Não queremos dar-lho nós, os que temos a ventura de ter um lar confortável, comida abundante, meios para educar e assegurar o porvir dos filhos? ‘O que fizerdes aos mais pequeninos dos meus irmãos o fareis a mim’, disse Jesus.
E assim nasce o Lar de Cristo (Hogar de Cristo). Na saída do retiro, recebe as primeiras doações – um terreno, vários cheques, joias – das senhoras presentes.
Trecho do livro Um fogo que acende outros fogos [texto original]

Leitura inspiração
Quando saiu da barca, Jesus viu uma grande multidão e teve compaixão, porque eles estavam como ovelhas sem pastor. Então começou a ensinar muitas coisas para eles. Quando estava ficando tarde, os discípulos chegaram perto de Jesus e disseram: «Este lugar é deserto e já é tarde. Despede o povo, para que possa ir aos campos e povoados vizinhos comprar alguma coisa para comer.»
Marcos 6, 34-44
Mas Jesus respondeu: «Vocês é que têm de lhes dar de comer.»
Os discípulos perguntaram: «Devemos gastar meio ano de salário e comprar pão para dar-lhes de comer?» 38 Jesus perguntou: «Quantos pães vocês têm? Vão ver.» Eles foram e responderam: «Cinco pães e dois peixes.»
Então Jesus mandou que todos se sentassem na grama verde, formando grupos. E todos se sentaram, formando grupos de cem e de cinqüenta pessoas. Depois Jesus pegou os cinco pães e os dois peixes, ergueu os olhos para o céu, pronunciou a bênção, partiu os pães e ia dando aos discípulos, para que os distribuíssem. Dividiu entre todos também os dois peixes. Todos comeram, ficaram satisfeitos, e recolheram doze cestos cheios de pedaços de pão e também dos peixes. O número dos que comeram os pães era de cinco mil homens.
Reflexão
Esse encontro de Hurtado com um senhor doente em situação de rua afetou irremediavelmente o santo. Reconhecer no pobre a face sofrida de Cristo, o Cristo real e sofredor daqueles tempos (não tão distintos dos tempos de hoje) afetou-o de tal maneira que, aberto aos caminhos apontados pelos sussurros divinos, o levou à fundação de sua obra mais marcante.
— Permito-me afetar pelo sofrimento à minha volta?
— Tal sofrimento me impele a alguma atitude?
Preparação orante para a festa de
SANTO ALBERTO HURTADO
Introdução – I – II – III – IV – V – VI – VII
Espiritualidade cristã Jesuítas Justiça e Paz Jesuítas População em situação de rua Santo Alberto Hurtado (1901-1952)
Ignatiana Visualizar tudo →
IGNATIANA é um blog de produção coletiva, iniciado em 2018. Chama-se IGNATIANA (inaciana) porque buscamos na espiritualidade de Inácio de Loyola uma inspiração e um modo cristão de se fazer presente nesse mundo vasto e complicado.