Humildade
Paulo VI
Como imaginamos Jesus Cristo?
Qual é o seu aspecto característico que podemos deduzir do Evangelho?
Como se apresenta Jesus à primeira vista?
Mais uma vez as suas próprias palavras nos vêm ajudar:
Eu sou manso e humilde de coração. (Mt 11, 29)
Jesus quer ser olhado e visto deste modo. Se O víssemos, aparecer-nos-ia assim, embora a visão que d’Ele nos dá a Apocalipse enriqueça de forma e de luz a sua figura celeste.
Este aspecto suave, bondoso e, principalmente, humilde impõe-se como essencial. Quando se medita, adverte-se que este aspecto manifesta e, ao mesmo tempo, encerra um mistério fundamental relativo a Cristo, o mistério da Encarnação, o mistério do Deus humilde, o mistério que orienta toda a vida e a missão de Cristo: o Christus humilis é o centro da Cristologia de Santo Agostinho; e que caracteriza todo o ensinamento evangélico a nosso respeito: « que nos ensinou Ele, senão a humildade?… por meio desta humildade podemo-nos aproximar de Deus », diz ainda o doutor de Hipona.
Aliás, não emprega São Paulo um termo que tem sabor de absoluto, quando diz que Jesus Cristo « se aniquilou » (Flp 2, 7)? Jesus é o homem bondoso, por excelência; e foi por isso que Ele desceu ao grau mais baixo, até da escala humana; fez-se criança, pobre, paciente vítima para que nenhum dos seus irmãos na humanidade pudesse ver n’Ele um ser superior e distante; prostrou-se aos pés de todos; Ele é para todos e de todos, ou melhor, de cada um de nós, individualmente. São Paulo diz: « Ele amou-me e entregou-se a si mesmo » (Gál 2, 20).
Audiência geral, quarta-feira, 27 de janeiro de 1971.
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