Jesus a caminho do Calvário
Mistérios da Dor — IV

Jesus carregou a cruz nas costas e saiu para um lugar chamado Lugar da Caveira, que em hebraico se diz Gólgota.
João 19, 17
Palavra de Deus
Lucas 9,18-25
Certo dia, Jesus estava rezando num lugar retirado, e os discípulos estavam com ele. Então Jesus perguntou: «Quem dizem as multidões que eu sou?» Eles responderam: «Alguns dizem que tu és João Batista; outros, que és Elias; mas outros acham que tu és algum dos antigos profetas que ressuscitou.»
Jesus perguntou: «E vocês, quem dizem que eu sou?» Pedro respondeu: «O Messias de Deus.» Então Jesus proibiu severamente que eles contassem isso a alguém. E acrescentou: «O Filho do Homem deve sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos chefes dos sacerdotes e doutores da Lei, deve ser morto, e ressuscitar no terceiro dia.»
Depois Jesus disse a todos: «Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome cada dia a sua cruz, e me siga. Pois, quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; mas, quem perde a sua vida por causa de mim, esse a salvará. De fato, que adianta um homem ganhar o mundo inteiro, se perde e destrói a si mesmo?
Magistério
Papa Francisco
Condição essencial para avançar no discernimento é educar-se para a paciência de Deus e os seus tempos, que nunca são os nossos. Ele não faz descer fogo do céu sobre os incrédulos (cf. Lc 9, 54), nem permite aos zelosos arrancar o joio que cresce juntamente com o trigo (cf. Mt 13, 29). Além disso requer-se generosidade, porque «a felicidade está mais em dar do que em receber» (At 20, 35).
Faz-se discernimento, não para descobrir que mais proveito podemos tirar desta vida, mas para reconhecer como podemos cumprir melhor a missão que nos foi confiada no Batismo, e isto implica estar disposto a fazer renúncias até dar tudo.
Com efeito, a felicidade é paradoxal, proporcionando-nos as melhores experiências quando aceitamos aquela lógica misteriosa que não é deste mundo, mas «é a nossa lógica», como dizia São Boaventura,referindo-se à cruz. Quando uma pessoa assume esta dinâmica, não deixa anestesiar a sua consciência e abre-se generosamente ao discernimento.
Quando perscrutamos na presença de Deus os caminhos da vida, não há espaços que fiquem excluídos. Em todos os aspetos da existência, podemos continuar a crescer e dar algo mais a Deus, mesmo naqueles em que experimentamos as dificuldades mais fortes. Mas é necessário pedir ao Espírito Santo que nos liberte e expulse aquele medo que nos leva a negar-Lhe a entrada nalguns aspetos da nossa vida. Aquele que pede tudo, também dá tudo, e não quer entrar em nós para mutilar ou enfraquecer, mas para levar à perfeição. Isto mostra-nos que o discernimento não é uma autoanálise presuntuosa, uma introspeção egoísta, mas uma verdadeira saída de nós mesmos para o mistério de Deus, que nos ajuda a viver a missão para a qual nos chamou a bem dos irmãos.
Desejo coroar estas reflexões com a figura de Maria, porque Ela viveu como ninguém as bem-aventuranças de Jesus. É Aquela que estremecia de júbilo na presença de Deus, Aquela que conservava tudo no seu coração e Se deixou atravessar pela espada. É a mais abençoada dos santos entre os santos, Aquela que nos mostra o caminho da santidade e nos acompanha. E, quando caímos, não aceita deixar-nos por terra e, às vezes, leva-nos nos seus braços sem nos julgar. Conversar com Ela consola-nos, liberta-nos, santifica-nos. A Mãe não necessita de muitas palavras, não precisa que nos esforcemos demasiado para Lhe explicar o que se passa connosco. É suficiente sussurrar uma vez e outra: «Ave Maria…».
Gaudete et exsultate, 174-176
1 Pai-nosso, 10 Ave-Marias e 1 Glória ao Pai.
Ó Deus, que completais, por misterioso desígnio, a paixão do vosso Filho em seus membros atormentados por inúmeras angústias da vida, concedei, vos pedimos, que assim como quisestes que a Mãe dolorosa estivesse junto a vosso Filho morrendo na cruz, assim também nós, à imitação da Virgem Maria, assistamos sempre, com a nossa caridade e conforto, os irmãos que sofrem.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
SANTO ROSÁRIO
Mistérios da Alegria
I II III IV V
Mistérios da Luz
I II III IV V
Mistérios da Dor
I II III IV V
Mistérios da Glória
I II III IV V
Imagem: El Greco — Cristo abrazado a la cruz, c. 1602. Museo Nacional del Prado.