Agonia de Jesus no Horto
Mistérios da Dor — I

Minha alma está numa tristeza de morte. Fiquem aqui e vigiem.
Mc 14, 34
Palavra de Deus
Marcos 14, 32-42
Eles chegaram a um lugar chamado Getsêmani. Então Jesus disse aos discípulos: «Sentem-se aqui, enquanto eu vou rezar.» Jesus levou consigo Pedro, Tiago e João, e começou a ficar com medo e angústia. Então disse a eles: «Minha alma está numa tristeza de morte. Fiquem aqui e vigiem.» Jesus foi um pouco mais adiante, prostrou-se por terra e pedia que, se fosse possível, aquela hora se afastasse dele. Ele rezava: «Abba! Pai! Tudo é possível para ti! Afasta de mim este cálice! Contudo, não seja o que eu quero, e sim o que tu queres.»
Depois Jesus voltou, encontrou os três discípulos dormindo, e disse a Pedro: «Simão, você está dormindo? Você não pôde vigiar nem sequer uma hora? Vigiem e rezem, para não cair na tentação! Porque o espírito está pronto para resistir, mas a carne é fraca.»
Jesus se afastou de novo e rezou, repetindo as mesmas palavras. 40 Voltou novamente, e encontrou os discípulos dormindo, porque seus olhos estavam pesados de sono. E eles não sabiam o que dizer a Jesus. Então Jesus voltou pela terceira vez, e disse: «Agora vocês podem dormir e descansar. Basta! Chegou a hora! Eis que o Filho do Homem vai ser entregue ao poder dos pecadores. Levantem-se! Vamos! Aquele que vai me trair já está chegando.»
Magistério
Bento XVI
Tendo chegado ao horto no Monte das Oliveiras, também naquela noite Jesus se prepara para a oração pessoal. Mas desta vez acontece algo de novo: parece que Ele não quer permanecer só. Muitas vezes Jesus afastava-se da multidão e dos próprios discípulos, permanecendo «em lugares desertos» (cf. Mc 1, 35) ou subindo «ao monte», diz são Marcos (cf. Mc 6, 46). No Getsêmani, contudo, ele convida Pedro, Tiago e João, para que fiquem com ele. São os discípulos que Ele chamou para estar com Ele no Monte da Transfiguração (cf. Mc 9, 2-13). Esta proximidade dos três durante a oração no Getsêmani é significativa. Também naquela noite Jesus rezará ao Pai «sozinho», porque a sua relação com Ele é totalmente única e singular: é a relação do Filho Unigênito. Aliás, dir-se-ia sobretudo que naquela noite ninguém possa aproximar-se verdadeiramente do Filho, que se apresenta ao Pai na sua identidade absolutamente única, exclusiva. Mas Jesus, mesmo chegando «sozinho» ao ponto onde se deterá para rezar, deseja que pelo menos três discípulos permaneçam não distantes, numa relação mais íntima com Ele. Trata-se de uma proximidade espacial, de um pedido de solidariedade no momento em que sente aproximar-se a morte, mas é principalmente uma proximidade na oração, para expressar de algum modo a sintonia com Ele, no momento em que se prepara para cumprir até ao fim a vontade do Pai, e é um convite a cada discípulo, a segui-lo no caminho da Cruz. O evangelista Marcos narra: «Levou consigo Pedro, Tiago e João; e começou a sentir pavor e a angustiar-se. E disse-lhes: “A minha alma está numa tristeza mortal; ficai aqui e vigiai”» (14, 33-34).
Audiência geral, 1º de fevereiro de 2012.
1 Pai-nosso, 10 Ave-Marias e 1 Glória ao Pai.
Deus eterno e todo-poderoso,
que destes a bem-aventurada Virgem Maria,
Mãe gloriosa do vosso Filho,
como amparo de todos os que a invocam,
concedei-nos por sua intercessão ser fortes na fé,
firmes na esperança e constantes na caridade.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
SANTO ROSÁRIO
Mistérios da Alegria
I II III IV V
Mistérios da Luz
I II III IV V
Mistérios da Dor
I II III IV V
Mistérios da Glória
I II III IV V
Imagem: El Greco (1541-1614). A oração do Horto,1597/1607. Santa María la Mayor, Andújar, Espanha.