Coroação de Maria no Céu
Mistérios da Glória — V

Rainha do céu, alegrai-vos, aleluia!
Palavra de Deus
Lucas 1,46-55
Então Maria disse:
«Minha alma proclama a grandeza do Senhor,
meu espírito se alegra em Deus, meu salvador,
porque olhou para a humilhação de sua serva.
Doravante todas as gerações me felicitarão,
porque o Todo-poderoso realizou grandes obras em meu favor: seu nome é santo,
e sua misericórdia chega aos que o temem,
de geração em geração.
Ele realiza proezas com seu braço:
dispersa os soberbos de coração,
derruba do trono os poderosos e eleva os humildes;
aos famintos enche de bens,
e despede os ricos de mãos vazias.
Socorre Israel, seu servo,
lembrando-se de sua misericórdia,
— conforme prometera aos nossos pais —
em favor de Abraão e de sua descendência, para sempre.»
Magistério
São João Paulo II
Pela sua mediação, subordinada à mediação do Redentor, Maria contribui de maneira especial para a união da Igreja peregrina na terra com a realidade escatológica e celeste da comunhão dos santos, tendo já sido «elevada ao Céu». A verdade da Assunção, definida por Pio XII, é reafirmada pelo Vaticano II, que exprime a fé da Igreja nestes termos: «Finalmente, a Virgem Imaculada, preservada imune de toda a mancha da culpa original, terminado o curso da sua vida terrena, foi assumida à glória celeste em corpo e alma e exaltada pelo Senhor como Rainha do universo, para que se conformasse mais plenamente com o seu Filho, Senhor dos senhores (cf. Apoc 19, 16) e vencedor do pecado e da morte», Com esta doutrina, Pio XII situava-se na continuidade da Tradição, que ao longo da história da Igreja teve expressões múltiplas, tanto no Oriente como no Ocidente.
Com o mistério da Assunção ao Céu, atuaram-se em Maria definitivamente todos os efeitos da única mediação de Cristo, Redentor do mundo e Senhor ressuscitado: «Todos receberão a vida em Cristo. Cada um, porém, na sua ordem: primeiro Cristo, que é a primícia; depois, à sua vinda, aqueles que pertencem a Cristo» (1 Cor 15, 22-23). No mistério da Assunção exprime-se a fé da Igreja, segundo a qual Maria está «unida por um vínculo estreito e indissolúvel a Cristo», pois, se já como mãe-virgem estava a Ele unida singularmente na sua primeira vinda, pela sua contínua cooperação com Ele o estará também na expectativa da segunda: «Remida dum modo mais sublime, em atenção aos méritos de seu Filho», ela tem também aquele papel, próprio da Mãe, de medianeira de clemência, na vinda definitiva, quando todos os que são de Cristo forem vivificados e quando «o último inimigo a ser destruído será a morte» (1 Cor 15, 26).
Com tal exaltação da «excelsa Filha de Sião» mediante a Assunção ao Céu, está conexo o mistério da sua glória eterna. A Mãe de Cristo, efetivamente, foi glorificada como «Rainha do universo». Ela, que na altura da Anunciação se definiu «serva do Senhor», permaneceu fiel ao que este nome exprime durante toda a vida terrena, confirmando desse modo ser uma verdadeira «discípula» de Cristo, que teve ocasião de acentuar fortemente o carácter de serviço da sua missão: o Filho do homem «não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida como resgate de muitos» (Mt 20, 28). Por isso, Maria tornou-se a primeira entre aqueles que, «servindo a Cristo também nos outros, conduzem os seus irmãos, com humildade e paciência, àquele Rei, servir ao qual é reinar»; e alcançou plenamente aquele «estado de liberdade real» que é próprio dos discípulos de Cristo: servir quer dizer reinar!
1 Pai-nosso, 10 Ave-Marias e 1 Glória ao Pai.
Senhor, nosso Deus, que nos destes a Mãe do vosso Filho como nossa Mãe e Rainha, fazei que, apoiados pela sua intercessão, alcancemos no céu a glória prometida aos vossos filhos.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
SANTO ROSÁRIO
Mistérios da Alegria
I II III IV V
Mistérios da Luz
I II III IV V
Mistérios da Dor
I II III IV V
Mistérios da Glória
I II III IV V
Imagem: Diego Velázquez — La coronación de la Virgen, 1635/1636. Museo Nacional del Prado.