Quinta-feira da 7ª Semana da Páscoa
Retiro Pascal 2024
16 de maio de 2024
Atos dos Apóstolos 22, 30; 23,6-11
Salmo 15 (16), 1-2a e 5.7-8.9-10.11 (R. 1) “Guardai-me, ó Deus, porque em vós me refugio!”
João 17,20-26 “Como nós somos um: eu neles e tu em mim, para que assim eles cheguem à unidade perfeita.”
Pedido da graça
Senhor, neste tempo pascal, peço-te a graça de viver a minha relação contigo com confiança e amor, de comunicar a tua presença a todos, todos, todos, e de cuidar dos que são mais desamados pelo mundo.
Pistas para a oração
“Eu te conheci” (Jo 17,25), afirma Jesus sobre o Pai. Como foi que Jesus, todo humano que era, conheceu o Pai? Como foi que Ele cresceu nesse conhecimento que se tornou sua experiência fundante de fé e vida?
O Evangelho de hoje revela a intimidade da oração de Jesus. Somos transportados para dentro da dinâmica de sua vida de fé. Ao nos aproximarmos com reverência e devoção de sua prece, percebemos o quão essencial é para Jesus sua relação com o Pai. A espiritualidade de Jesus ocupa lugar central em seu viver. Na oração, Jesus vive uma relação de confiança única e irrepetível com o Pai (Jo 17,21). Sua filiação divina é relação amorosa de vínculo indelével que faz parte da sua experiência pessoal de fé (Jo 17,23). De fato, a dinâmica de oração de Jesus era sua relação afetiva mais significativa. Na oração, Ele sentia-se profundamente amado pelo Pai. É nela que Jesus aceita a sua identidade e assume a consciência de que é Filho Unigênito, isto é, amado desde antes da fundação do universo (Jo 17,24).
Mas Ele não absolutiza essa sua relação como experiência espiritual superior, que volta-se para si mesmo e encerra-se ali. A identidade cristã não se coloca acima das demais, nem as despreza. Jesus quer comunicar para “todos, todos, todos”, a sua experiência de pertencimento amoroso ao Pai. Ele quer que todas as pessoas creiam que também pertencem ao Amor Divino. Jesus deseja e quer ser sinal enviado para que “todos, todos, todos”, experimentem a união de pertencer, isto é, façam a experiência profunda e fundante de descobrirem-se amados, profundamente (Jo 17,23). Assim, Jesus volta seu olhar para os que no mundo são os mais desamados – aqueles para quem o Pai o enviou e os deu em cuidado.
Quem são os que Deus deu a Jesus Cristo? (Jo 17,24). Jesus não tinha um grupeto superior aos demais. Para Ele, não existia “os de fora”, mais imperfeitos e indignos de participar do seu convívio e da sua mesa. Na verdade, ele nem estava interessado em formar um núcleo de seguidores de uma tradição religiosa nova. O grupo de homens e mulheres que seguiam a Jesus, faziam-no livremente, tocados pelo amor misericordioso que Jesus revelava. Eram camponeses empobrecidos, das regiões periféricas daquele tempo.
Os que se fecham em grupinhos de “elite de sacristia”, mais santos e mais católicos que os demais, são os que se fecham em si mesmos, excluindo-se da unidade com todos, pois não creem que para chegar à perfeita unidade é preciso que o mundo inteiro reconheça o Amor. “Para que todos sejam um” (Jo 17,21), é preciso que o mundo inteiro, “todos, todos, todos”, estejam sob o mesmo amor com que o Pai ama o Filho – e filhos e filhas. Assim, o cristão reconhece que Jesus está presente em todos, todos, todos (Jo 17,26).
A diversidade é o fruto maduro da unidade perfeita. Na união, não há a necessidade da anulação dos demais.
Na oração:
– Como você vive a sua relação com Deus? O que você faz para confiar e amar a Deus como seu Pai?
– Como você comunica a sua experiência de pertencimento amoroso a Deus? O que você faz para que todos, todos, todos, creiam que também pertencem ao Amor Divino?
– Como você olha para os que são mais desamados pelo mundo? O que você faz para cuidar deles como Deus cuida?
– Como você se sente parte do grupo de discípulos de Jesus?
– O que você faz para acolher e respeitar os que são diferentes de você?
– Como você reconhece a presença de Jesus em todos, todos, todos?
– Como você celebra a diversidade como fruto da unidade perfeita? O que você faz para valorizar e enriquecer-se com as diferenças?
Colóquio em poesia – para mais saborear esse encontro…
Senhor Jesus
Tu és completamente Presente
e és capaz de cuidar
dos caminhos de Futuro
Graças ao impacto de Tua oração
surge em mim o santo desejo
de passar neste mundo
fazendo o Bem
do Teu jeito
Passar e abrir caminhos
Passar e construir pontes
Passar e conduzir multidões
ao Mistério sempre maior
Que por meio de minha vida
ainda que num pálido reflexo da Tua
muitos descubram a Vida do Alto
creiam na comum-união
e escolham livremente
viver em constante Páscoa
Que em cada um
de Teus discípulos e discípulas
este Mundo criado
dê um passo a mais
em sua Passagem para o Pai
até que a plenitude
e a mútua doação
da comunhão divina
sejam tudo em todos
Para que isso aconteça
uma vez mais
Te suplico
“Envia Teu Espírito Senhor
e renova a face da Terra”
Francys Silvestrini Adão SJ
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IGNATIANA é um blog de produção coletiva, iniciado em 2018. Chama-se IGNATIANA (inaciana) porque buscamos na espiritualidade de Inácio de Loyola uma inspiração e um modo cristão de se fazer presente nesse mundo vasto e complicado.

