Ascensão do Senhor
Retiro Pascal 2024
12 de maio de 2024
Atos dos Apóstolos 1,1-11
Salmo 46(47), 2-3.6-7.8-9 (R.6) “Por entre aclamações Deus se elevou, o Senhor subiu ao toque da trombeta”
Carta de São Paulo aos Efésios 1,17-23 ou 4,1-13
Marcos 16,15-20 – “Vão pelo mundo inteiro e anunciem a Boa Notícia para toda a humanidade.”
Pedido da graça
Senhor, neste tempo pascal, peço-te a graça de viver a minha fé com responsabilidade e compromisso, seguindo o teu chamado à missão.
Pistas para a oração
A Ascensão comporta certo movimento de despedida. A experiência cristã amadurecida na Ressurreição ultrapassa intimismos afetivos e êxtases espirituais. O fim do tempo pascal nos chama à responsabilidade. Jesus deixará por nossa conta fazer por nós aquilo que nos cabe realizar. Na máxima atribuída a Santo Inácio de Loyola: “Aja como se tudo dependesse de você, sabendo bem que, na realidade, tudo depende de Deus”. Viver é assumir a vida que chama ao compromisso. É preciso encará-la com a coragem do Ressuscitado. A nós, cabe a tarefa de viver, e viver em abundância.
Para nós, a despedida da Ascensão é envio para a missão. Para o Cristo, a Ascensão é o efeito da sua entrega apaixonada à vontade do Pai que Ele cumpriu com fidelidade até a morte de cruz: “Pai, em tuas mãos eu entrego o meu espírito” (Lc 23,46). Sem reservas, Jesus doou tudo, até o fim. Amou, até o fim (Jo 13,1). É essa entrega desapegada e genuína que permite ao Cristo a leveza de ser elevado até os braços do Pai. Nesse movimento, doando tudo, e dispensando todos os dons a nós, o Espírito, a sua missão, Jesus também nos entrega a nós mesmos. Nos devolve ao cotidiano da existência e à realidade de quem somos. Revirados por dentro, nos encontramos agora conosco mesmos, e já somos diferentes, pois estamos marcados pelo encontro com Ele que nos modificou.
O envio do “ide por todo o mundo, a toda criatura” (Mc 16,15), não pode estar condicionado às estreitezas doutrinais, mas à abertura do Evangelho. Como nos lembra o papa Francisco, “a Igreja é o lugar para todos, todos, todos!”. Assim, no que Jesus espera que nós creiamos e anunciemos? A misericórdia do amor infinito do Pai. A missão dos discípulos é expelir os demônios que nos fazem viver sob a grande ilusão de achar-se no controle e no absoluto planejamento da vida, que morre e renasce em seus ciclos de Casa Comum. A missão dos discípulos, falantes de novas línguas, é reconhecer e encontrar novas formas de comunicar toda forma de amor.
No íntimo do nosso ser, sempre volta a pulsar o chamamento que Deus nos faz para a vida verdadeira, transparente e em liberdade. Na condição de batizados e ressuscitados com Ele, nenhuma picada ao calcanhar nos voltará a ferir mortalmente, pois toda dor humana está mergulhada e banhada no amor divino que tudo supera e ressuscita. A morte e suas bebidas mortíferas – seu veneno, não têm a última palavra. Embebedar-se do amor de Deus nos torna conhecedores dos caminhos para curar os demais de suas enfermidades, anunciando-lhes a salvação, livrando-lhes das condenações, pelo anúncio vigoroso e verdadeiro da salvação que vem de Deus.
Na oração:
Como você se sente diante da despedida de Jesus? O que ela significa para você?
Como você vive a responsabilidade de ser discípulo(a) de Jesus?
O que você precisa desapegar ou doar para ser mais livre e leve?
Quem são as pessoas que mais precisam ouvir a Boa Nova de Jesus em sua realidade?
Como você experimenta a misericórdia e o amor infinito do Pai em sua vida?
Quais são as novas línguas que você precisa aprender para falar de Deus aos outros?
Colóquio em poesia – para mais saborear esse encontro…
Tu rasgaste os Céus
e desceste até os porões
de nossa frágil humanidade
Tudo isso porque
desde os inícios
tinhas um Sonho
compartilhado com Teu Pai
Tu queres elevar contigo toda a criação
para que cada um
aprenda a amar e servir
e possa viver sempre inteiro
em Tua companhia
Por isso agora
Tu voltas ao Pai
com Tua humanidade
já glorificada
e nos envias
como homens e mulheres
portadores
de cura
de libertação
de comunicação
Pois nossa santificação
nossa elevação
nossa glorificação
já começam quando
escolhemos descer ao encontro
do menor de nossos irmãos
Francys Silvestrini Adão SJ
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