Joana Eleuthério

Meu bom Deus e Pai, diante de temporais e noites escuras, o que lhe dizer? A dor do outro dói em mim e a minha dor se mistura na dele ou na dela. Então comungamos.

Os adoecidos, pobres e abandonados entram pela porta aberta dos meus afetos e fazem morada no meu coração com os pés descalços e feridos.

Gostaria de poder, ter e ser mais para realmente oferecer muito mais. Gostaria de sanar as feridas, alimentar os famintos, consolar os desconsolados.

Sou filha de Deus e sou espaço de manifestação e revelação de nosso Pai rico em amor e misericórdia. Na semelhança original a Deus, encontro o amor incondicional em Jesus, que vive no meio de nós – o Deus encarnado. Experimentando a nossa humanidade. Nesta convivência amorosa, aprendo com Ele a amar como Ele nos amou e nos ama. Descobrimos que é o amor que nos leva a cuidar de minhas irmãs e de meus irmãos necessitados de amor ou de pão.

Me junto a eles na dor, mas também no amor e na festa. Tal como Maria e a sua prima Isabel, ou Jesus e Maria nas bodas de Caná.

Somos todas e todos convidados à vida, à festa de Deus. Cheia de gratidão, repito todas as manhãs: “Quero fazer parte desta roda, meu Jesus.”

Brasília, 23 de novembro de 2021.

---

Joana Eleuthério é graduada em Letras. Servidora pública aposentada da Secretaria de Estado de Economia do Distrito Federal – Escola de Governo do Distrito Federal (EGOV).
Inaciana, avó e mãe, caminha pelas estradas de Jesus, de Santo Inácio e de Santa Teresa de Ávila, por onde tem se inserido na Comunidade do Centro Cultural Brasília (CCB/Jesuítas). Muito grata pela caminhada realizada até aqui.

Todos os textos de Joana [clique aqui]

Imagem: Manabu Mabe — A Fome, 1961. Enciclopédia Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira

Espiritualidade cristã Fome Oração solidariedade