Retiro Quaresmal 2020 (I)

Primeira semana

Adorarás o Senhor, teu Deus, e só a Ele servirás…

Mateus 4,10

Jesuítas Brasil

1º Domingo – Dia 01.03

Jejuou quarenta dias e quarenta noites.

Mt 4, 1-11

Estamos iniciando um novo tempo litúrgico, a Quaresma. É um tempo privilegiado, são quarenta dias de preparação para a maior festa do cristianismo: a Páscoa. Há uma série de símbolos próprios na liturgia deste tempo da Quaresma: a cor roxa dos paramentos; não é rezado o hino de louvor (o Glória), a temática das leituras, os cânones etc.

A liturgia nos convida ao jejum, não somente para cumprir uma lei, mas é uma forma de nos tornarmos solidários com aquelas pessoas que passam fome, não tem o alimento necessário para o sustento de seu corpo. É tempo de mortificação, de renúncia, de sacrifício (se bem que esses termos na atualidade são muito pouco usados, para não dizer desconhecidos). É tempo de conversão, mudança de mentalidade e do coração.

Cada ano, a CNBB nos apresenta um tema bem presente na vivência do povo brasileiro para que meditemos e reflitamos.

A narrativa apresenta Jesus sob a faceta do novo Adão, porque vence o orgulho que pôs a humanidade contra Deus. Ele é o novo Israel, pois vence as tentações a que Israel sucumbirá no deserto. Ele é o novo Moisés, porque superou as tentações de Moisés para ser o fundador, e o guia do novo povo do Deus, a Igreja.

O deserto das tentações é um resumo da experiência de Jesus durante todo o seu ministério. A narrativa visa a mostrar o sentido dessas tentações.

Segunda-feira – Dia 02.03

Todas as vezes que fizestes isto aos meus irmãos mais pequeninos, foi a mim que o fizestes.

Mt 25, 31-46

Este relato da descrição do juízo final pode ser interpretado de dois modos, dependendo de como entendermos a palavra irmão. Entendida num sentido genérico, designará qualquer homem. Neste caso a exortação se refere a todos os homens: Jesus está presente em qualquer faminto, sedento, forasteiro, sem roupa, enfermo ou encarcerado. Entendida num sentido mais restrito, a palavra irmão designará os membros da comunidade cristã e, portanto, a exortação se refere somente aos cristãos famintos, sedentos… Mas, tal vez as duas interpretações não sejam excludentes. Mateus convida sua comunidade a recriar a solidariedade recíproca que deve reinar na nova família convocada por Jesus. A exortação das parábolas precedentes a estarem vigilantes e atentos adquire uma grande força à luz deste relato final. Estar vigilantes e preparados consiste principalmente em viver segundo o mandamento do amor.

Terça-feira – Dia 03.03

Eis como deveis rezar.

Mt 6, 7-15

Nos evangelhos existem duas versões do Pai Nosso. Uma de Lucas, a mais breve e provavelmente a mais antiga. E a outra de Mateus, por sua vez apresenta a que era recitada em sua comunidade. A oração, como as demais práticas religiosas, transformaram-se para os fariseus num motivo do ostentação e luzimento externo; deixaram de ser um modo do louvar a Deus e era somente um instrumento para alcançar honra e prestigio diante dos homens. A oração do cristão deve estabelecer uma relação íntima com o Pai; entra no teu quarto, fecha a porta; num clima de abandono e confiança a Deus: o teu Pai recompensar-te-á. Os cristãos devem orar como Jesus orava. Esse estilo de oração está presente de uma forma condensada no Pai-nosso.

Quarta-feira – Dia 04.03

Nenhum sinal será dado a esta geração a não ser o sinal de Jonas.

Lc 11, 29-32

No Evangelho de hoje, encontramos Jesus usando ásperas palavras. Ele se dirige ao povo que o ouve como a uma “perversa geração”. Mas por que tanta dureza? Porque eles não estão abertos para reconhecer o tempo de sua conversão às pregações de Jesus. Jesus é o sinal que é, ao mesmo tempo, um apelo à conversão, muito mais urgente do que o apelo que o profeta Jonas dirigiu aos habitantes de Nínive, que eram pagãos. Para cada um, a conversão tem a sua “hora” certa. É Jesus quem passa em nossas vidas em determinado momento. Ele é o sinal, que é um apelo à conversão muito mais urgente do que a do profeta Jonas, dirigiu aos habitantes de Nínive, os quais eram pagãos. As palavras de Jesus assumem um estilo profético e, ao mesmo tempo, um tom de julgamento.

Quinta-feira – Dia 05.03

Pedir. Buscar. Achar. Bater.

Mt 7, 7-12

Estes ensinamentos de Jesus pertencem a uma antiga tradição, que Mateus e Lucas apresentam em contextos diversos. Em Lucas servem para ilustrar como a oração do cristão deve ser perseverante e confiante, em Mateus, no entanto, pretende apoiar a decisão do discípulo que opta para servir a Deus. Os três imperativos que iniciam a instrução: Pedir… Buscar… Bater… tinham um sentido religioso no judaísmo: expressavam a busca em Deus e a confiança em sua providência. Mateus quer infundir esta mesma confiança à sua comunidade, relembrando–lhes que a oração cristã expressa e torna possível um estilo de vida em absoluta dependência de Deus.

Sexta-feira – Dia 06.03

Se a vossa justiça não for maior que a dos escribas e fariseus…

Mt 5, 20-26

Não é suficiente a justiça dos fariseus. Não basta evitar os homicídios, as mortes, as guerras. Jesus quer ir à raiz do mal, que se situa no mais profundo de nosso ser, e quer que nos convertamos ao nível dessa estrutura. O lugar privilegiado de Deus no mundo, após a encarnação, não é mais nos templos, mas na pessoa humana. É preciso decidir-se pela fé e pela conversão. O perdão fraterno não pode ser adiado. Converter-se é seguir a Jesus no amor que ele tem por todos nós. Hoje, sabemos, é inútil um culto a Deus se não cultuarmos o irmão, não amarmos o nosso próximo. E a reconciliação com o próximo tem precedência à adoração de Deus. Estamos assim perto de Deus na medida em que estamos perto de nosso próximo.

Sábado – Dia 07.03 (Repetição)

A oração de cada sábado consiste no exercício chamado de repetição. Trata-se de aprofundar aquilo que rezei durante a semana. Santo Inácio diz: Não é o muito saber que satisfaz a pessoa, mas o sentir e saborear as coisas internamente [EE 2]. Por isso não é apresentada uma nova matéria de oração para este dia. Faço, pois, a oração, a partir do texto ou moção que mais me consolou ou que mais me desolou na semana que passou.

PropostaPrimeira Semana
Segunda SemanaTerceira Semana
Quarta SemanaQuinta Semana


Os comentários bíblicos das semanas são extraídos do Diário Bíblico – Editora Ave Maria.

As ilustrações são de autoria de Luis Henrique – Varginha-MG.

Ao clicar no link das referências bíblicas, abre-se o texto do Evangelho de cada dia, na Nova Versão Internacional (NVI), da Bíblica (Sociedade Bíblica Internacional), no serviço Bíblia Online.

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