Retiro do Advento e Natal 2022 — Tempo do Natal

25 dez. — 8 jan.

INTRODUÇÃO

O Natal é a celebração principal de todo o ciclo natalino. Constitui, portanto, o seu centro. Cristo nasce em Belém da Judéia, em noite fria (inverno), mas traz do céu o calor vitalizante da santidade de Deus, em mensagem de paz dirigida sobretudo aos pobres, com quem se identifica mais plenamente, cumulando-os das riquezas do Reino. Sua “noite feliz” sinaliza para a “noite fulgurante” da Sagrada Vigília Pascal do Sábado Santo, onde as trevas são dissipadas, definitivamente, pela luz do Cristo Ressuscitado.

No Natal se dá a união hipostática, ou seja, a natureza divina se une à natureza humana, numa só pessoa, a pessoa do Verbo Encarnado (Cf. Jo 1,14), mistério que transcende a compreensão humana. É pura humildade de Deus e pura gratuidade do amor divino.

Tempo do Natal

Como o Advento, tem também o Tempo do Natal dois momentos. Um, imediato: é a Oitava do Natal, que prolonga a solenidade natalina por oito dias, encerrando-se no dia primeiro de janeiro. O segundo momento vai de 2 de janeiro até a Festa do Batismo do Senhor, quando então se encerra o ciclo natalino.

Vejamos, agora, as festas e solenidades do ciclo do Natal, nomeando-as, mas em referência a aspectos celebrativos:

A Solenidade do Natal do Senhor, no dia 25 de dezembro. Na pobreza da gruta de Belém contemplaremos como frágil criança Aquele que é o Forte e eterno Deus: “Porque um Menino nos nasceu, um filho nos foi dado, Ele recebeu o poder sobre os Seus ombros e Lhe foi dado este Nome: Conselheiro-maravilhoso, Deus-forte, Pai-eterno, Príncipe-da-Paz” (Is 9,5). Neste Dia santíssimo (que é celebrado durante oito dias) a Igreja dobra os joelhos diante do Salvador, juntamente com Maria, José e os pastores; a Igreja canta o “Glória a Deus nas alturas” juntamente com os anjos, a Igreja ilumina-se de alegria como o céu da noite santa de Belém.

No Domingo entre os dias 25 e 1º de janeiro a Igreja celebra a Festa da Sagrada Família. O Filho de Deus assumiu em tudo a nossa condição humana: entrou numa família, na vida miudinha de cada dia; Ele veio verdadeiramente viver a nossa aventura. Assim, santificou as famílias de modo especial: “Desceu com eles para Nazaré e era-lhes submisso” (Lc 2,51).

Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus, no dia 1º de janeiro, Oitava do Natal. “(Os pastores) foram, então, às pressas, e encontraram Maria, José e o Recém-nascido deitado na manjedoura” (Lc 2,16). A Igreja contempla o Menino que nasceu em Belém e Nele reconhece o Deus eterno e perfeito, reclinado no colo de Maria. Por isso chama-a Mãe de Deus, quer dizer, Mãe do Filho de Deus feito homem! Dando este título à Virgem a Igreja, desde suas origens, professa sua fé na divindade de Jesus. Primeiro de Janeiro é uma das grandes festas marianas.

Solenidade da Epifania do Senhor, no Domingo entre 2 e 8 de janeiro. É a festa chamada Festa de Reis. Mas, é bem mais que isso: a palavra “epifania” significa “manifestação”. Os magos, vindos dos povos pagãos, representam toda a humanidade que vem adorar o Salvador e reconhecê-Lo como a luz para iluminar as nações. Deus manifesta a Sua salvação a todos os povos: “O Senhor fez conhecer Sua salvação, revelou Sua justiça aos olhos das nações. Os confins da terra contemplaram a Salvação do nosso Deus” (Sl 97,2.3).

A Festa do Batismo do Senhor, no Domingo após a Epifania. Com ela termina o tempo do Natal. O Pai apresenta o Seu Filho: “Este é o Meu Filho amado, em Quem Eu Me comprazo!” (Mt 3,17). Com esta festa encerra-se o ciclo de festas da Manifestação do Senhor. A Igreja, mais uma vez, renova sua certeza e vive essa graça, experimenta-a e anuncia ao mundo: “O Verbo Se fez carne e habitou entre nós e nós vimos a Sua glória!” (Jo 1,14).

Textos para oração:

Os links remetem ao site “Lugar Sagrado” que apresenta os textos das leituras indicadas, seguidas de pistas para reflexão.

08.01: Mt 2, 1-12 — Epifania do Senhor

A festa da Manifestação do Senhor (ou Epifania) que celebramos hoje aumenta-nos o conhecimento sobre nosso Pai do Céu por meio dos que visitaram o Menino Jesus. Seus primeiros adoradores foram os pastores. Avisados de que tinha nascido o Salvador do mundo, acorreram pressurosos para adorá-lo. Eram gente simples que trabalhava à noite cuidando dos rebanhos de ovelhas e cordeiros. De coração aberto, acostumados a repartir seu alimento, não quiseram ir ao encontro do Messias de mãos vazias – teriam levado pedaços de queijo e de pão para os pais do Menino, Nossa Senhora e São José, que os receberam agradecidos. Era tudo o que tinham… Pouco depois, chegaram outros adoradores: os Reis Magos. Certamente, eram conhecedores do movimento dos astros e, assim que viram uma estrela mais brilhante, que lhes indicava o nascimento do Salvador do mundo, empreenderam uma longa viagem. Ao chegarem até Jesus, ofereceram-lhe seus ricos presentes. Tanto os simples pastores como os abastados Magos foram recebidos pelo Menino Deus igualmente. Da mesma forma, todos, judeus e pagãos, foram acolhidos por Deus, que não faz discriminação de pessoas. Todos somos tratados por Ele com igual amor. Sua luz ilumina a todos e atrai-os da mesma maneira, como escreveu São Paulo aos Efésios. No Evangelho, Mateus narra o comportamento de Herodes quando soube que havia nascido um rei “rival”. O homem queria saber onde estava o Menino, já com a intenção de eliminá-lo. Em nossos dias, há quem queira apagar a luz de Cristo e sua mensagem de amor. Há também os que são indiferentes: correm tanto que não têm tempo para serem iluminados pela Palavra de Deus. Outros, finalmente, estão cientes de que precisam alimentar-se da Palavra do Senhor para poderem perdoar a quem os ofende e sair de seu egoísmo, partilhar à sua volta o amor fraterno e beber a água vida da graça de Deus. A qual grupo pertencemos?

09.01: Mt 3, 13-17; Batismo do Senhor.


Etapas

Proposta
Semana introdutória (21 – 26 nov)
Primeira semana (27 nov – 3 dez)
Segunda semana (4 – 10 dez)
Terceira semana (11 – 17 dez)
Quarta semana (18 – 24 dez)
Tempo do Natal (25 dez – 8 jan)


Material produzido pelo Pe. Luís Renato Carvalho de Oliveira, SJ

Ilustração: Pe. Luís Renato de Oliveira, SJ
Reflexões: Diário Bíblico-AM

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