Moqueca de peixe fresco

Durante o tempo da Quaresma, o Blog Ignatiana traz, todas as quintas-feiras, receitas especiais sem carne vermelha.

A receita de hoje vem da obra A arte culinária na Bahia, escrita por Manuel Querino e publicada postumamente em 1928. O livro celebra as raízes gastronômicas da Bahia, destacando receitas tradicionais como o arroz de aussá, efó, caruru e xim-xim, além da saborosa moqueca.

Para manter a autenticidade, reproduzimos o texto original, atualizando apenas ortografia e pontuação. Também preparamos uma prática ficha técnica, elaborada com o apoio da inteligência artificial, para facilitar ainda mais seu preparo.

Querino nasceu em Santo Amaro da Purificação (BA), em 1851. Órfão desde cedo, recebeu uma cuidadosa educação formal e destacou-se como professor de desenho geométrico e importante líder abolicionista. Apaixonado pelas culturas africana e indígena, reconheceu nelas elementos fundamentais para a identidade cultural brasileira.

Um detalhe curioso: na receita original, o azeite de dendê aparece como “azeite de cheiro”.

Se você decidir preparar, conte para nós como ficou!

Vamos à cozinha?


Moqueca de peixe fresco

Manuel Querino

QUERINO, Manuel. A arte culinária na Bahia : breves apontamentos. Bahia: Papelaria Brasileira, 1928. Disponível em: <https://digital.bbm.usp.br//handle/bbm/3999>.

Escama-se o peixe, retira-se os intestinos e depois de bem lavado com bastante limão e água vão-se depositando as postas em frigideira. Prepara-se depois o molho, composto de sal, pimenta malagueta, coentro, limão (de preferência o vinagre), tomate e cebola, moído tudo em um prato, molho este derramado sobre as postas do peixe. Antes de levar a frigideira ao fogo para cozer o peixe, deita-se o azeite de oliveira ou o azeite de cheiro, conforme o paladar ou o gosto de cada domicílio, sendo preferido o emprego de ambos estes óleos.


Ficha técnica

Receita organizada para facilitar o seu preparo, com medidas padronizadas e equivalências em unidades domésticas. Elaborada com o apoio de inteligência artificial.

Ingredientes
  • 800 g de peixe fresco em postas (como robalo, dourado ou badejo)
  • 2 unidades de limão (aprox. 100 ml de suco de limão)
  • 1 colher de chá (5 g) de sal
  • 1/2 colher de chá (2 g) de pimenta-malagueta picada ou amassada (ajuste conforme preferência)
  • 2 colheres de sopa (10 g) de coentro fresco picado
  • 2 unidades de tomates médios (aprox. 300 g), picados
  • 1 unidade de cebola média (aprox. 120 g), picada
  • 2 colheres de sopa (30 ml) de azeite de oliva extravirgem
  • 2 colheres de sopa (30 ml) de azeite de cheiro (azeite de dendê), opcional.
Modo de Preparo
  1. Preparar o peixe:
    • Limpe bem o peixe, removendo as escamas e os intestinos.
    • Lave cuidadosamente com bastante limão e água para eliminar odores fortes.
    • Corte o peixe em postas e disponha-as em uma frigideira grande ou panela rasa.
  2. Preparar o molho:
    • Em um prato ou tigela, misture o sal, a pimenta-malagueta, o coentro, o suco de limão (ou vinagre), os tomates e a cebola, amassando levemente para formar um molho espesso.
    • Despeje esse molho sobre as postas de peixe, cobrindo bem cada pedaço.
  3. Finalizar e cozinhar:
    • Regue o peixe com o azeite de oliva e, se desejar, com azeite de cheiro para dar um aroma mais intenso.
    • Leve a frigideira ao fogo médio (nível 5 de 9 no fogão de indução) e cozinhe por 20 a 25 minutos com a panela semi-tampada.
    • Durante o cozimento, regue as postas com o próprio caldo para manter o peixe úmido e saboroso.

Sirva quente, acompanhado de arroz branco e pirão. Rende quatro porções.

Gastronomia e culinária

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IGNATIANA é um blog de produção coletiva, iniciado em 2018. Chama-se IGNATIANA (inaciana) porque buscamos na espiritualidade de Inácio de Loyola uma inspiração e um modo cristão de se fazer presente nesse mundo vasto e complicado.

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