Era apenas uma menina…
Joana Eleuthério

Daiane Griá Kaingang era apenas uma criança. Agora é uma mártir, ainda na infância.
Daiane!!! Menina, você foi passear, foi encontrar amigos ou foi apenas saciar sua curiosidade adolescente? Não sei imaginar o tamanho da minha dor se eu fosse sua mãe ou sua avó.
Sem barulho na mídia tradicional, a menina indígena de apenas 14 anos da comunidade Kaingang desapareceu … Quando foi encontrada, era apenas um corpo dilacerado de forma brutal.
Não apareceu nada na grande mídia. Cheguei a imaginar que era uma falsa mensagem de aplicativo.
Queria rezar por você, por sua família, pela pessoa ou pelas pessoas que fizeram isso com você. Mas em minha em minha oração, não encontro palavras – encontro grande dor, grande angústia … Uma pergunta irrompeu subitamente de dentro de mim: Meus Deus, o que animaliza seus filhos e suas filhas a esse ponto?
Vejo que não há mesmo muito o que dizer. Coloco-me em silêncio. Jesus me conforta com sua presença, também em silêncio.
Estou certa de que apenas o grito por justiça não é o suficiente. Precisamos fazer mais, bem mais…
Daiane Griá Kaingang era apenas uma criança. Agora é uma mártir, ainda na infância.
Veja Nota do Cimi sobre o assassinato da jovem Kaingang Daiane Griá Sales
Joana Eleuthério é graduada em Letras. Servidora pública aposentada da Secretaria de Estado de Economia do Distrito Federal – Escola de Governo do Distrito Federal (EGOV).
Inaciana, avó e mãe, caminha pelas estradas de Jesus, de Santo Inácio e de Santa Teresa de Ávila, por onde tem se inserido na Comunidade do Centro Cultural Brasília (CCB/Jesuítas). Muito grata pela caminhada realizada até aqui.
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Caminhante sem nenhuma linearidade e com variados interesses – uma buscadora incansável.