Terceira semana
Retiro do Advento e Natal 2021
Introdução
Ao orar os textos propostos para a Terceira Semana, devemos estar atentos às orientações dadas no início deste Retiro do Advento.
Rezando os textos da liturgia estamos em comunhão com a Igreja que reza também na expectativa de acolher mais uma vez nosso Salvador, o Emanuel. Podemos a cada dia acolher e “saborear” no coração a riqueza e a beleza que trazem em si. Orando-os assim, eles enriquecerão e fecundarão mais nossa vida espiritual e apostólica.
Pois o mesmo Espírito que desceu sobre Jesus no batismo também está sobre nós, confirmando ou não nossa vida e nossa missão.
Preparemo-nos para acolher com “ânimo e liberalidade” a proposta desta semana.
Dada a importância dos rituais para o encontro com Deus na oração, voltamos a insistir na sua prática. No início do tempo reservado para a oração, devemos ler o texto proposto para a oração. Se ela for feita de manhã cedo, o texto deve ser lido na noite anterior antes de dormir. Assim, o conteúdo do texto surgirá no nosso pensamento ao acordar de manhã.
No início do tempo reservado para a oração, devemos praticar estas cinco recomendações de Santo Inácio:
- fazer a oração preparatória;
- imaginar o cenário;
- pedir a graça que desejo receber;
- conscientizar-me de que estou na presença de Deus, meu Criador e meu Pai que me olha com um olhar carregado de ternura;
- fazer um gesto de adoração e de louvor, inclinando meu corpo diante de Deus, ou fazendo uma genuflexão, ou prostrando-me no chão, ou outro gesto pelo qual expresso meu amor e meu louvor a Deus.
Proposta de oração
12.12 – terceiro Domingo do Advento
Preparação: Tomo consciência de que estou na presença de Deus e de que Ele deseja encontrar-se comigo. Sinta-se acolhido e envolvido em seu amor e sua ternura. Preparo meu coração para este encontro. Para isso “é preciso vestir o coração”. O texto proposto para nossa oração de hoje traz um forte apelo de conversão, ilustrado pelo exemplo da pregação do Batista no Jordão e o desejo de mudança de seus ouvintes. É interessante atentar para o fato de que todos lhe perguntavam, “o que devemos fazer?”. Com autoridade de profeta, João dizia categoricamente o que cada um deveria fazer, partindo de sua realidade. Tal como os ouvintes no Jordão, cada um de nós temos uma vereda, na vida, a endireitar. O que devo fazer?
Graça: Senhor na expectativa de ser nova criatura “dá-me um coração grande para amar, dá-me um coração forte para lutar”.
Leio o texto de Lc 3, 10-18 uma, duas ou mais vezes e, depois fecho a Bíblia.
Textos para a semana
13.12 – Segunda-feira
Texto: Mateus 21, 23-27
Com que direito fazes isso? Quem te deu essa autoridade?
Neste Natal, o Menino Jesus deseja limpar o templo do nosso coração. O que Ele encontrará sujo? Logo de saída, previne-nos de que aquilo que sai da boca provém do nosso coração, porque é dele que saem os maus pensamentos, os homicídios, os adultérios, as impurezas, os furtos, os falsos testemunhos, as calúnias (cf Mt 15, 18-20). Podemos enganar as pessoas sobre o que se passa em nosso coração a respeito delas ou de outros irmãos, mas não a Deus, que tudo vê dentro de nós. Como canta o salmista: “Senhor, vós me perscrutais e me conheceis, sabeis tudo de mim, quando me sento ou me levanto”. Sl 138 (139). Por isso, o Senhor nos diz: “O homem bom tira coisas boas do bom tesouro do seu coração e o homem mau tira coisas más do seu mau tesouro, porque a boca fala daquilo de que o coração está cheio” (Lc 6,45). Peçamos ao Menino Jesus a sinceridade.
14.12 – Terça-feira
Texto: Mateus 21, 28-32
Em verdade vos digo: os publicanos e as meretrizes vos precedem no Reino de Deus!
Também nós fomos convidados a trabalhar na Vinha do Senhor. E, em um momento de grande fervor, como após um retiro, uma palestra, uma homilia, ou mesmo diante do conhecimento e do exemplo da vida fervorosa de algum santo, fomos tocados pela semente divina da conversão. O Menino Jesus nasceu da Virgem Maria, humildemente reclinado em uma manjedoura, onde os animais comiam, e era por eles aquecido. Cresceu como um jovem judeu comum, ajudou sua Mãe, aprendeu a arte da carpintaria com São José, até que, após seus trinta anos, deu início à sua missão de que o Pai lhe incumbira: anunciar o Reino dos Céus aos pobres! Foi sempre fiel ao chamado de seu Pai, após um grande tempo de oração por palavras e ações. Por que, às vezes, fazemos nossos propósitos – até tomamos nota – e, após algum tempo, esquecemo-nos dele e voltamos à “estaca zero”? Faltou-nos a oração. É a oração em que falamos realmente com Deus e a oração de uma vida normal levada a sério que fundamentam nossa promessa. Talvez, em algum momento, tenhamos nos esquecido de nossa palavra “não”, mas logo nos arrependemos e fomos trabalhar na Messe do Senhor.
15.12 – Quarta-feira
Texto: Lucas 7, 19-23
És tu o que há de vir ou devemos esperar por outro?
São João Batista é chamado de Precursor do Messias porque preparou sua chegada à vida pública. Sabia que Jesus era o Messias, humilde, sem alarde, iniciando sua Missão. Assim lhe anunciou: “Eu vos batizo com água, em sinal de penitência, mas aquele que virá depois de mim é mais poderoso do que eu e nem sou digno de carregar seus calçados”. Por isso, quando Nosso Salvador pediu para ser batizado por João, este recusou: “Eu devo ser batizado por ti e tu vens a mim!”. Mas depois que o Messias lhe explicou que, pela Nova Lei, o superior deveria se fazer servo de todos, João cede (Mt 3, 11-15). Mas se ele acreditava que Jesus era o Messias, seus discípulos, influenciados por seus patrícios, estavam em dúvida. Esperavam por um Messias cheio de glória mundana, como um rei que restauraria o Reino de Davi. Porém, Jesus lhes respondeu com um trecho do Livro de Isaías que profetizava sobre o Messias (Is 35, 1-10).
16.12 – Quinta-feira
Texto: Lucas 7, 24-30
Pois vos digo: entre os nascidos de mulher não há maior que João.
Jesus nos indica São João Batista como um exemplo de virtude: “Que foste ver? Um homem vestido de roupas finas? Mas os que vestem roupas preciosas e vivem no luxo estão nos palácios dos reis”(v.25). Evidentemente, nossa missão não é igual à de João, mas devemos imitar suas virtudes, porque o Mestre o canonizou: “Entre os nascidos de mulher não há maior que João” (v.28). Sua primeira virtude foi a de não confiar no dinheiro. Mas quem, naquele tempo, vestia-se com roupas finas e confiava no dinheiro? O autor no-lo aponta: Eram aqueles que se negavam a receber o batismo de penitência de São João Batista: “Os fariseus, porém, e os doutores da Lei, recusando o seu batismo, frustraram o desígnio de Deus a seu respeito” (v.30). Como preparar nosso Natal?
17.12 – Sexta-feira
Texto: Mateus 1, 1-17
Genealogia de Jesus Cristo…
Inicia-se hoje, a Novena de Natal, até o dia 24.12. Os dias desta semana visam, de modo mais direto, à preparação do Natal do Menino Jesus. Não será a hora de pararmos um pouco para nos perguntarmos como está nossa preparação do Natal? Talvez já tenhamos programado passeios; comprado os ingredientes da Ceia e escolhido os presentes que vamos trocar com nossos familiares e amigos. Até combinamos com outras famílias de rezarmos juntos a Novena de Natal. Tudo são aparatos externos que emolduram essa grande data. Mas são só externos! Falta limparmos nosso coração de toda a sujeira que haja nele, por meio do arrependimento e de propósitos sinceros de conversão. Aí, sim! A alegria da Festa será sincera, porque virá de dentro de nós. Nossos sorrisos e abraços serão a expressão de uma verdadeira amizade, fundamentada na acolhida do Menino Jesus, presente em cada família e em cada amigo. Não nos esqueçamos, porém, do dono da Festa: o Menino Jesus! Celebrar a Santa Missa é tornar presente entre nós o aniversariante. Conversemos com Ele e falemos-lhe de nossa vontade de amar de verdade nosso próximo.
18.12 – Sábado: Repetição
Como temos feito nas semanas anteriores, nesta também propomos uma repetição no sábado. Esta consiste em, já na preparação remota, reler os apontamentos da semana. Parar naquele ponto que foi mais marcante, que mais me interpelou ou também naquele que tive mais resistência. Estes pontos serão minha matéria para oração de hoje.
Ou Mateus 1, 18-24
Ela dará à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus…
Na Antiga Aliança, os israelitas temiam o Senhor. Era por meio de Moisés que Ele falava ao povo: “Diante dos trovões, das chamas, da voz da trombeta e do monte que fumegava, o povo tremia e conservava-se à distância. E disseram a Moisés: ‘Fala-nos tu mesmo, e te ouviremos; mas não nos fale Deus, apra que não morramos”. E quando lhes entregou os Dez Mandamentos, chamou Moisés ao cume do monte. Moisés subiu, e o Senhor lhe disse: ‘Desce e proíbe expressamente o povo de precipitar-se para ver o Senhor, para que não morra um grande número deles”. Na Nova Aliança, o Senhor é chamado “Deus conosco”. Está dentro de nós, no irmão, na irmã, na Eucaristia. Falamos com Ele? Será que não podemos “gastar” um minuto para visita-lo na igreja e falar-lhe?
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Material produzido pelo Pe. Luís Renato Carvalho de Oliveira, SJ
