Você vai chegar lá: Reflexões sobre o envelhecer

A ideia de escrever sobre o envelhecer começou a me cercar há 10 anos. Em 2013 eu iria completar meus 50 anos e além disso havia me mudado pra morar com minha tia Lêda, idosa, que aos 89 anos já estava achando difícil continuar morando sozinha. Achei que seria interessante começar a escrever sobre a minha vida e sobre a experiência de ver ainda mais de perto o dia a dia de alguém que se aproxima do seu final. Criei uma página no Facebook (rede social mais popular da época), fiz 3 ou 4 postagens e só….

Minha tia faleceu no início de 2015, aos 91 anos, e minha convivência diária com ela acabou sendo mais curta do que eu esperava. Fui seguindo minha vida e acabei esquecendo de manter a reflexão sobre minha própria velhice. Talvez ainda não fosse o momento ideal. Se você hoje está lendo esse post saiba que é resultado de muito esforço, terapia, força de vontade e amadurecimento depois de anos de procrastinação com coisas que realmente me interessavam mas que abandonei. E se eu não escrevesse sobre isso agora, aos 60, provavelmente nunca mais iria me aventurar nisso. E justamente quando a vida me convida mais uma vez a mudar e conviver diariamente com outro idoso, dessa vez meu pai que aos 96 anos tanto nos tem a ensinar sobre isso. 

Pretendo trazer aqui vários temas de uma maneira leve para que pessoas de todas as idades possam vir comigo nessas reflexões sobre o envelhecer. Afinal… Você vai chegar lá! 


Gisele Meira é arte-educadora, participa do Grupo Oração pela Arte (OPA), mora em Brasília.

Imagem: Tarsila do Amaral — Natureza-Morta com Relógios, 1923.

Gisele Meira Pessoa idosa

5 comentários Deixe um comentário

  1. Estou com 83 anos
    Moro sozinha, mas tenho empregada todos os dias e que dorme 2 noites aqui comigo.
    Achei interessante o artigo
    Espero que continue escrevendo pois eu já cheguei lá, e estou achando bem difícil

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  2. Apois… vamos chegando lá. Tema que precisa ser da reflexão da juventude – mesmo aos 69, é sinal de “juventude” pensar e refletir sobre a graça da vida, vida que é dom e, por isso, não é só nossa. Traz junto a importância de refletirmos mais sobre a vida, justamente refletindo sobre a morte, essa passagem que nos chega a qualquer momento também por graça. Estou te acompanhando. Obrigado pela provocação. Oscar Lepikson, lembrando bons tempos em que no Opa tínhamos tempo e espaço para conversas como essa, sobre a vida.

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